Depois de três painéis abordando o tema hidrogênio verde no Diálogos Energia e Futuro, realizado na Expointer, a constatação é que a transição energética no RS evolui rapidamente com projetos empresariais e com o apoio do governo do Estado por meio do edital de subvenção econômica lançado em junho. Nesta sexta-feira (5/9), o debate focou no uso industrial do vetor energético com a finalidade de descarbonizar processos produtivos.

Participaram do painel Cleriston Leal, proprietário da Leal Consultoria; Alex Farias, gerente de Sustentabilidade e Novos Negócios da Arpoador Energia; Matheus Cervo, diretor-geral da Sandero Produtos Químicos; e Marcelo Godinho, que abordou a proposta da Rodoplast.

Com 3,5 mil clientes no segmento de energia solar fotovoltaica, a Leal Consultoria pretende inaugurar a primeira usina de hidrogênio verde no município de Coqueiro Baixo, onde a empresa já tem usina solar. As obras estão previstas para começar em novembro. Cleriston Leal disse que será usado um reator molecular capaz de quebrar a molécula da água sem necessidade de eletrólise. Segundo ele, a tecnologia é fruto de 12 anos de pesquisas.

Alex Farias, da Arpoador, destacou que o hidrogênio verde tem versatilidade de uso, o que o torna importante no processo de descarbonização. O gerente disse que um desafio no uso de energia solar na produção de hidrogênio verde é intermitência da fonte e que isso deve ser solucionado com um projeto de um sistema inteligente de armazenamento.

O projeto selecionado no edital de subvenção do Governo do RS do qual a Arpoador participa inclui a Âmbar Sul Energia e H2D Energy. A proposta é a construção, em Candiota, de uma unidade para a produção de hidrogênio verde a partir de energia solar. "O edital é muito importante para desenvolvimento do hidrogênio verde, porque traz as diretrizes de produção e uso, determina onde tem de ser aplicado e exige projetos maduros", acrescentou.

Instalada em Erechim, a Sandero Produtos Químicos pretende refinar parafina usando hidrogênio verde no processo industrial. A matéria-prima atualmente é comprada pronta de fornecedores, mas a ideia é fazer o processo na própria empresa, fabricante de velas aromática, religiosas e de ceras. "Entendemos que precisamos de subvenção econômica para esse investimento, por isso começamos a investir em sustentabilidade", disse o diretor Matheus Cervo, destacando a importância do edital lançado pelo Governo do Estado.

O quarto painelista foi o professor Marcelo Godinho, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), que integra o projeto da Rodoplast, indústria de peças plásticas localizada em Vacaria. Conforme Godinho, a empresa, a partir de resíduo sólido urbano seco, pretende gerar hidrogênio verde e também abastecer caminhões da limpeza urbana com o combustível, criando uma economia circular.

Organizado pela Casa Civil e Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), o Diálogos Energia e Futuro abre espaço para discussões sobre o futuro da matriz energética do Rio Grande do Sul sob o olhar de lideranças públicas, empresariais e acadêmicas. O painel desta sexta (5/9) teve a mediação de Fabricio Forest, diretor de Atração de Investimentos e Promoção Comercial da Invest RS, que destacou a qualidade e inovação dos projetos apresentados.

O Diálogos se encerra neste sábado (6/9), com o tema Etanol de cereais. Participam a titular da Sema, Marjorie Kauffmann; Tiago Gorski Lacerda, da CB Bionergia; e Márcia Bisol, da 3tentos. A mediação será do vice-presidente da Farsul Domingos Velho Lopes. Começa às 9h, no estande do Governo do Estado, no Pavilhão Internacional no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

_{Texto: Ascom Casa Civil}

_{Edição: Secom}