Volume de detritos no rio Mascarada provocou alagamento em Rolante
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Os técnicos do Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (DRH/Sema) apontam o volume de detritos acumulado no rio Mascarada como a causa do alagamento ocorrido no município de Rolante, no último dia 5. Conforme os especialistas, choveu 130 milímetros, em menos de duas horas, no município vizinho, São Francisco de Paula, de forma muito concentradas em dois pontos. Com isto, pedras, solo, árvores e galhos foram carregados para o rio, formando uma barragem natural que, ao romper, ocasionou a enxurrada.
O diagnóstico surgiu após a visita técnica realizada ao local, pelo DRH/Sema, em conjunto com o GPDN/IPH/UFRGS e o Batalhão Ambiental da Brigada Militar, na última sexta-feira (13). A partir do trabalho de campo os especialistas constataram que houve um volume de chuva intenso e muito concentrado, causando diversas cicatrizes no solo. Conforme o diretor do DH/Sema, Fernando Meirelles, sua equipe descartou o açude rompido na ocasião, localizado no distrito de Rincão dos Kroeff, como motivador do alagamento em Rolante, em função de seu tamanho.
Apesar de as previsões meteorológicas da Sala de Situação da Sema não apontarem volumes de chuvas tão intensas para a região, nos próximos 15 dias, os técnicos não descartam a possibilidade de novos deslizamentos de solo, devido às condições percebidas no local. Uma avaliação mais aprofundada das informações levantadas pelo DRH/Sema e GPDN/IPH/UFRGS, será apresentada aos prefeitos da região na próxima quarta-feira (25). O documento poderá complementar o pedido de decreto de emergência para os municípios atingidos.
Com base nas análises, o DRH realizará um reestudo da rede de monitoramento climático do Estado, considerando o adensamento da estrutura na região. A intenção é de colocar novos pluviômetros dentro das diretrizes da proposta de Política Estadual de Gestão de Riscos de Desastres Naturais, desenvolvida pela Sema em conjunto com a Secretaria do Planejamento, Mobilidade e Desenvolvimento Regional (Seplan) e a Casa Militar/Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec). Além disto, está em estudo a localização de um radar meteorológico no litoral norte para a detecção de eventos similares.
A visita técnica no Vale do Paranhana
Os técnicos do DRH/Sema e do GPDN/IPH/UFRGS, acompanhados do Batalhão Ambiental da Brigada Militar, realizaram sobrevoos e expedições por terra na região de São Francisco de Paula e Rolante, atingidas por fortes chuvas.
A equipe foi divida em três grupos para a realização de: troca de informações com a população de Rolante e levantamento da mancha de inundação, que é a área atingida pela enxurrada; levantamento dos pluviômetros dos agricultores da região dos deslizamentos; e mapeamento dos deslizamentos. Durante a operação, os técnicos contaram com a colaboração da Defesa Civil de São Francisco de Paula, da população de Rolante e das prefeituras desses municípios.