Rio Grande do Sul fala sobre o papel dos governos locais na agenda climática durante evento global em Bonn
Discussão abordou os caminhos e as oportunidades para o país até a Conferência do Clima no Brasil (COP30)
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O governo do Rio Grande do Sul esteve presente em mais uma agenda de alto nível dentro da programação da Conferência do Clima de Bonn, na Alemanha, nesta quarta-feira (18/6). Em evento promovido pelo Iclei – Governos Locais pela Sustentabilidade, a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, falou sobre a importância do papel dos governos locais na agenda climática, durante painel que reuniu lideranças que atuam diretamente no enfrentamento à emergência do clima.
O evento aconteceu na sede da GIZ (Sociedade Alemã para a Cooperação Internacional), empresa que atua na cooperação internacional com foco em projetos que visam a melhoria na condição de vida das pessoas e a proteção do meio ambiente. Marjorie, que também é vice-presidente do Iclei, dividiu o palco com Katja Dörner, prefeita da cidade de Bonn, Ingrid-Gabriela Hoven, diretora executiva da GIZ, e Kobie Brand, diretora regional do Iclei África.
Em discussão esteve a importância do federalismo climático e o papel dos governos locais, que são os que mais sofrem com a emergência do clima.
“Falamos muito que as adaptações e ações necessariamente acontecem nos territórios, isto faz muito sentido, porque a consequência, o desastre acontece localmente. Por isso, é fundamental que a população esteja consciente e informada sobre tudo o que está acontecendo. Hoje mesmo, dezenas de municípios gaúchos enfrentam novamente inundações, após as chuvas dos últimos três dias. O padrão climático mudou. Precisamos estar preparados para essa nova realidade”, reforçou Marjorie.
A secretária lembrou a tragédia climática que atingiu o território gaúcho em maio de 2024, atingindo cerca de 95% dos municípios, e falou sobre o Plano Rio Grande de Resiliência implementado após a enchente. Os investimentos já chegam a R$ 8 bilhões, para projetos a curto, médio e longo prazos.
“Esse plano foi construído e vem sendo executado com a participação pública e privada, com o apoio da academia e da sociedade. Ele prevê ações para mais de 30 anos, entre obras de reconstrução adaptada, preparação, transição e renovação. A cultura, a agricultura e outras áreas estratégicas foram profundamente afetadas, e por isso o plano é transversal”, complementou a secretária. O Proclima2050 e o Roadmap Climático foram outros projetos apresentados por Marjorie.
As demais participantes do painel reconheceram importância das políticas públicas resilientes que estão em andamento no estado do Rio Grande do Sul. Após o painel, houve uma roda de conversa que tratou sobre o papel do setor público e privado nas ações em todos os níveis da federação. A discussão também abordou os caminhos e as oportunidades para o país até a Conferência do Clima do Brasil (COP30), no mês de novembro, objetivando a implementação. A agenda foi acompanhada pela coordenadora do Clima da Sema, Daniela Lara.
Texto: Vanessa Trindade/Ascom Sema