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Governo RS apresenta para a FAO as boas práticas e os avanços em pesquisas para descarbonização da agropecuária

Iniciativas reforçam o protagonismo do Rio Grande do Sul no enfrentamento das mudanças climáticas

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Governo terá um novo encontro com a FAO antes da Conferência do Clima no Brasil - Foto: Vanessa Trindade / Ascom Sema

O governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), apresentou para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) os avanços dos seus principais projetos voltados à mitigação das mudanças climáticas no campo: as boas práticas implementadas pelo programa ABC+RS – Agricultura de Baixo Carbono, os planos de descarbonização de quatro cadeias produtivas e os estudos para o desenvolvimento do inventário de gases de efeito estufa (GEE) em campos e florestas. A apresentação aconteceu nesta terça-feira (17/6), ao coordenador do Clima e Biodiversidade da FAO, Martial Bernoux, durante a Conferência de Bonn sobre Mudanças Climáticas.

A secretária Marjorie afirmou que o governo vê a agricultura não só como um importante pilar econômico, mas também um agente ativo na descarbonização e na viabilização da recuperação ambiental.

“O Rio Grande do Sul, estado com forte base econômica na agropecuária, tem enfrentado os crescentes impactos das mudanças climáticas, que afetam diretamente a produtividade do setor agrícola. Além disso, o setor passa a ser cada vez mais exigido no que diz respeito à mensuração e à redução das emissões, o que demanda ações integradas e sustentáveis. O governo estadual tem promovido a articulação com instituições de pesquisa, universidades e organizações internacionais com o objetivo de fortalecer o Programa ABC+ e implementar uma estratégia climática alinhada às metas do Rio Grande do Sul”, afirmou a secretária Marjorie.

Até 2030, o objetivo do ABC+RS é alcançar 4,6 milhões de hectares com adoção de práticas produtivas sustentáveis. Além disso, por meio da Assessoria do Clima da Sema, o Estado está desenvolvendo um inventário customizado de emissões do setor agropecuário. A iniciativa busca preencher lacunas existentes na base científica brasileira e mundial, cuja maioria das pesquisas nas últimas décadas esteve concentrada no Hemisfério Norte.

Com investimento de R$ 15 milhões, viabilizado pelo Estado com recursos do Avançar, a iniciativa, uma parceria entre a Sema e a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapergs), está centrada na geração de dados locais sobre o balanço de GEE em diferentes ambientes e sistemas produtivos do Estado, com ênfase no bioma Pampa. O projeto utiliza metodologias validadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Os resultados parciais já apontam, por exemplo, reduções cerca de 50% nas emissões de metano em áreas com rotação de culturas e ganhos expressivos na pecuária com o manejo adequado da carga animal e da altura do pasto, técnicas previstas no ABC.

“Essas evidências científicas não apenas validam as práticas sustentáveis no campo, como também contribuem para o desenvolvimento de um banco de dados do Estado. Essas propostas também serão levadas à Conferencia do Clima no Brasil (COP30), promovendo a agricultura sustentável que, ao mesmo tempo, assegura produtividade, segurança alimentar e resiliência climática”, reforçou Marjorie.

  • Confira aqui os projetos de pesquisa contemplados com recursos do Avançar.

O Estado também está desenvolvendo um plano de ação climática que envolve o inventário de emissões, a análise de risco climático e as estratégias para a descarbonização de cadeias produtivas. O Rio Grande do Sul será o primeiro estado brasileiro a integrar esses instrumentos em uma única abordagem territorializada e sistêmica, com previsão de lançamento do plano na COP30.

O governo terá um novo encontro com a FAO antes da Conferência do Clima no Brasil, para apresentar os dados consolidados do balanço de GEE. O conjunto de ações foi bem recebido pela instituição, que se colocou à disposição para auxiliar o RS no encaminhamento dos dados junto ao IPCC e também aos grupos financiadores de boas práticas agrícolas.

“Com base nos dados já levantados, o governo busca agora validar as metodologias e consolidar um inventário de emissões adaptado à realidade gaúcha. O objetivo é qualificar ainda mais as decisões ambientais e orientar estratégias de mitigação com base em evidências. Estamos construindo um modelo pioneiro de descarbonização na agricultura, com base científica. Essa iniciativa reforça o protagonismo do Rio Grande do Sul no enfrentamento das mudanças climáticas, e o trabalho conjunto entre meio ambiente e agricultura", concluiu Marjorie.

 

Texto: Vanessa Trindade

Sema - Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura