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Especialista em ecologia debatem impactos de investimentos eólicos

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Com o objetivo de elaborar diretrizes para Termos de Referência para Parques Eólicos e Linhas de Transmissão, especificamente dedicados a Morcegos, foi realizada uma reunião de peritos nos dias 12 e 13 de novembro na UFRGS. O evento foi promovido pelo Setor de Fauna da Secretaria de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Rio Grande do Sul (SEMA), pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros (SBEQ).

O encontro reuniu representantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da Universidade Federal de Pelotas, Universidade de Brasília e Universidade Federal de Pernambuco, além de técnicos do Setor de Fauna da SEMA e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (FEPAM). Em uma iniciativa pioneira no Brasil, as instituições juntaram especialistas em ecologia de quirópteros, impacto ambiental e processos de licenciamento, dando inicio a um processo de avaliação sobre o que é feito e o que deve ser melhorado nos estudos prévios e no monitoramento após implantação de parques eólicos em relação aos morcegos.

Com o aumento de investimentos no setor de energia eólica os impactos sobre a fauna devem ser avaliados adequadamente para melhorar os processos de licenciamento, reduzir impactos e propor medidas de mitigação. O procedimento já é realizado em outros países e pode ser aplicado no Rio Grande do Sul e no resto do Brasil, sem perda econômica na geração de energia, mas com ganho não só na qualidade dos estudos de impacto ambiental, na rapidez dos processos de licenciamento, mas também na conservação do ambiente e das populações animais, em particular de morcegos.

A pesquisadora e professora da UFRGS, Maria João Ramos Pereira, PhD em Ecologia pela Universidade de Lisboa, Portugal, especialista em biologia e ecologia de morcegos, explica que estas espécies são importantíssimas no equilíbrio ambiental, desempenhando “serviços ecossistêmicos” como controladores de insetos, polinizadores e dispersores de sementes. Já foi comprovado que os parques eólicos têm maior impacto nas populações de morcegos do que nas populações de aves, porém são menos considerados nos processos de licenciamento destes empreendimentos.

Em breve um documento elaborado com os resultados da reunião será disponibilizado aos empreendedores, consultores e licenciadores relacionados à energia eólica, servindo como diretriz para elaboração dos Termos de Referência para Parques Eólicos em relação aos morcegos, dando suporte às decisões técnicas de órgãos licenciadores e diminuindo o impacto ambiental destes empreendimentos na fauna de quirópteros.

Sema - Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura