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Mudas de espécies nativas são entregues em aldeias indígenas no Estado

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Espécies foram escolhidas a partir das demandas apontadas pelos indígenas. Foto: Márcia Pondero/Seapdr
Espécies foram escolhidas a partir das demandas apontadas pelos indígenas. Foto: Márcia Pondero/Seapdr

Fortalecer a biodiversidade e promover a restauração ecológica em aldeias indígenas. Esses são alguns dos objetivos do repasse de mil mudas de espécies nativas para onze aldeias do Rio Grande do Sul – cinco aldeias Mbyá-Guarani, cinco aldeias Kaingang e uma aldeia Charrua.

Mapa mostra a localização das aldeias que receberam as mudas nativas. Arte: Fernando Moraes
Mapa mostra a localização das aldeias que receberam as mudas nativas. Arte: Fernando Moraes

Muitas áreas indígenas no Rio Grande Sul estão em terras reconhecidas como Patrimônio Público Estadual, em que o apoio à etnosustentabilidade é obrigatoriedade do Estado. De acordo com Joana Braun Bassi, analista ambiental da Divisão de Flora da Sema, “são, em sua maioria, antigos hortos florestais de monocultura de eucalipto ou áreas de pecuária extensiva, tendo sofrido processo de compactação do solo”

A ação, promovida pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), foi realizada entre os meses de maio e setembro de 2019, e contou com a parceria da Divisão Indígena da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Conselho Estadual dos Povos Indígenas (CEPI) e Emater/RS.

“Esta ação pioneira de recuperação e plantio obteve muito sucesso e pode fomentar novos projetos ligados à segurança alimentar e à geração de renda nesta aldeia. Outro ganho é a possibilidade de replicá-la para outras aldeias interessadas em recuperar suas áreas e repovoar com uma espécie nativa tão especial para as culturas indígenas”, afirma Márcia Londero, socióloga da Divisão Indígena da Seapdr, que participou da restauração de uma área de butiazal da aldeia Mbyá Guarani Guajayvi, em Charqueadas, uma ação que integra a Rota dos Butiazais, coordenada pela Embrapa Clima Temperado.

Mudas de aproximadamente 30 espécies nativas foram doadas pelos viveiros do Jardim Botânico do Rio Grande do Sul, administrado pela Sema, e da organização não governamental Ação Nascente Maquiné (Anama). Estes viveiros são referência na produção de mudas nativas no Estado.

Indígenas de 11 aldeias no Estado receberam as mudas nativas. Foto: Márcia Pondero/Seapdr
Indígenas de 11 aldeias no Estado receberam as mudas nativas. Foto: Márcia Pondero/Seapdr

As espécies repassadas às comunidades foram escolhidas a partir das demandas apontadas pelos indígenas como de interesse alimentar, medicinal e espiritual. Entre elas estão:

Guabiju? (nome Guarani: Yvyviju e nome científico: Myrcianthes pungens)

Jerivá (nome Guarani: Pindo? e nome cient??fico: Syagrus ramanzofiana)

Butia? (nome Guarani: Jata`í e nome científico: Butia odorata)

Pitangueira (nome Guarani:  Pytanga e nome científico: Eugenia uniflora)

Araçá (nome Guarani: Araxá e nome científico: Psidium cattleyanum)

Este é o terceiro ano de execução deste projeto. Desde 2017, já foram entregues às aldeias indígenas aproximadamente 2.700 mudas nativas.

A ação está inserida em um conjunto de atividades que o Departamento de Biodiversidade da Sema e a Divisão Indígena da Seapdr, a partir de seus compromissos junto ao Conselho Estadual do Povo indígena (Cepi), têm buscado desenvolver em apoio à etnosustentabilidade e à gestão da biodiversidade nas aldeias indígenas no RS, em atenção aos direitos indígenas fundamentais e integra o Plano de Ação Nacional de Conservação dos Sistemas Lacustres e Lagunares do Sul do Brasil (Pan).

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