Missão gaúcha ao Japão busca investimentos e promove o carvão do RS
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Uma missão liderada pelo governador José Ivo Sartori estará no Japão, entre os dias 5 e 8 de junho, para apresentar as potencialidades do Rio Grande do Sul e atrair novos investimentos para o estado. Também faz parte da agenda, a promoção do carvão gaúcho, em encontros com o governo japonês e empresas do setor de energia. O roteiro inclui as províncias de Tóquio, Shizuoka (Hamamatsu e Iwata) e Shiga (Otsu). A comitiva parte de Porto Alegre nesta sexta-feira (2).
Acompanham o governador, os secretários de Planejamento, Governança e Gestão, Carlos Búrigo; Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Márcio Biolchi; Comunicação, Cleber Benvegnú; Minas e Energia, Artur Lemos; e Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini; parlamentares; o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Luciano Pinto; o presidente eleito da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry; e empresários.
Na manhã desta quarta-feira (31), os secretários de Estado concederam uma coletiva de imprensa para expor os objetivos da missão. O governo gaúcho pretende estreitar relações com instituições japonesas que apoiam investimentos empresariais no exterior e expor as capacidades do Rio Grande do Sul nas áreas de energias renováveis, agronegócio, autopeças, saúde avançada e aproveitamento de lixo e reciclagem. Essa aproximação começou em novembro de 2015, em uma missão ao Japão coordenada pelo então secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, hoje chefe da Casa Civil.
"O Japão tem relações institucionais com o Rio Grande do Sul. Tem uma província que é irmã do nosso estado e eles valorizam muito isso. E há um potencial de crescimento muito grande nas relações comerciais. O Japão é um parceiro que ainda não está nem entre os 20 clientes de exportação do Rio Grande do Sul e nem de importação, e é uma das maiores economias do mundo", resumiu o secretário Márcio Biolchi.
Carvão
O governo gaúcho solicitará apoio aos japoneses no desenvolvimento de tecnologias eficientes e sustentáveis para uso do carvão mineral. O grupo visitará a Hitachinaka Power Plant, usina de carvão de 2 mil megawatts (MW), localizada em Tokai-mura, Nakagun, Ibaraki. A planta é de propriedade da Tokio Electric Power Company (Tepco).
O secretário de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, explicou que o trabalho com o Japão vem sendo conduzido desde 2015. "Ao longo de 2016 , foram feitos testes para identificar se o nosso carvão teria possibilidade de utilização nessa tecnologia, que hoje é a mais moderna que há no mundo do ponto de vista de eficiência, social, econômico e ambiental. Agora, em 2017, esta missão oficial é uma demonstração do esforço que a empresa Tepco vem desempenhando, e mostrar que o Estado tem interesse neste investimento", afirmou. De acordo com os resultados apresentados pela Tepco à Secretaria de Minas e Energia, no mês passado, existe possibilidade de utilização do carvão da região do Baixo Jacuí.
Negócios
Em Hamamatsu, a comitiva participará do 8º Seminário de Economia Brasileira, promovido pelo Banco Iwata Shinkin (Iwashin). Durante o evento, o governador fará a palestra 'Rio Grande do Sul: seus Encantos e a Porta de Investimentos para a América do Sul', para cerca de 200 micros e pequenos empresários. Sartori divulgará empresas com potencial exportador nos setores metalmecânico (especialmente de máquinas agrícolas) e de produção de alimentos.
Antes do seminário, haverá assinatura de memorando de entendimento com o banco, para que a instituição inclua o Rio Grande do Sul na rota das missões empresariais de negócios de Shizuoaka. Essas missões já ocorrem anualmente no Brasil, mas apenas em São Paulo e no Paraná.
Parceria com Shiga
A retomada das relações entre a província de Shiga e o Rio Grande do Sul, que foram declaradas províncias irmãs em 1980, também está na agenda. O convênio entre os dois estados tem como símbolos o Lago Biwa - o maior do Japão e que será visitado pela missão - e a Lagoa dos Patos, a maior do Brasil.
Durante a visita, será apresentado e encaminhado projeto para recuperação do Sistema Lagunar Norte, por meio de cooperação técnica de Shiga e financiamento da Japan Internacional Cooperation Agency (JICA), na modalidade de cooperação para projetos comunitários. Este pode ser o primeiro de uma série de projetos nessa modalidade, que tem rápida tramitação, na área do meio ambiente.
Japão
O arquipélago do Japão tem 126,9 milhões de habitantes. As principais ilhas são Hokkaido, Shikoku, Kyushu e Honshu, onde fica a capital do país, Tóquio. A economia japonesa é altamente industrializada, voltada para inovação e tecnologia. O Japão é considerado o sexto país mais competitivo do mundo pelo ranking Global Competitiveness Report de 2015–2016.
O setor agrícola corresponde a 1,2% do PIB nacional. Apenas 12% das terras são férteis, o que forçou o país a desenvolver sistemas de cultivo em pequenas áreas, com alta produtividade por metro quadrado.
O setor industrial responde por 26,6% do PIB, com destaque para veículos, eletrônicos, máquinas, metalurgia, navios, químicos e alimentos processados.
O setor de serviços equivale a 72,2% do PIB, composto principalmente por atividades bancárias, seguros, gestão de ativos, varejo, transportes e telecomunicações.
Em geral, a economia japonesa apresenta grandes conglomerados empresariais, os keiretsus. Cada um deles tem diversas subsidiárias em vários setores econômicos. É comum instituições bancárias estarem associadas a um keiretsu.
Balança comercial
O Japão é o sexto maior destino das exportações brasileiras e a oitava maior origem importadora do país. Os principais produtos exportados pelo Brasil são minérios e derivados, carnes e derivados, e veículos aéreos. As importações brasileiras do Japão são majoritariamente de veículos e autopeças, máquinas e suas partes.
Quanto ao Rio Grande do Sul, o Japão é apenas o 21º maior destino das exportações gaúchas e a 25ª origem das importações. Os produtos gaúchos mais exportados para o Japão são carnes de aves, lenha e pasta química de madeira (celulose). Já os produtos mais importados do Japão são itens ligados ao setor metalmecânico, partes de máquinas e outros componentes de uso similar.