A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) recebeu nesta quinta-feira (20), da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília, equipamentos especiais para o monitoramento de qualidade das águas e aperfeiçoamento na gestão hídrica.

O Rio Grande do Sul, representado pelo secretário do Meio Ambiente, Neio Lúcio Fraga Pereira, e pelo diretor do Departamento de Recursos Hídricos (DRH), Marco Mendonça, foi contemplado com medidores acústicos de vazão, sondas multiparamétricas de qualidade de água, uma caminhonete 4x4 com baú adaptado e barco com motor de popa. “Monitorar nossas águas é fundamental para que possamos colocar em prática, cada vez mais, uma eficiente gestão de recursos hídricos, o que resulta em mais saúde para a população, conservação e, também, desenvolvimento ambientalmente responsável”, disse o secretário.

Além disso, o Estado passa agora a participar da Rede Nacional de Monitoramento de Qualidade das Águas (RNQA), lançada hoje e que conta inicialmente com mais 14 Estados e o Distrito Federal.

Os equipamentos serão utilizados pelos Sistemas de Monitoramento de Qualidade das Águas e de Alerta de Eventos Hidrológicos Extremos do Rio Grande do Sul, para os quais está sendo instalada uma rede telemétrica de precisão, com estações que fornecerão informações constantes, via satélite, para uma Sala de Situação, já em funcionamento experimental na sede da Sema, em Porto Alegre.

Entre os equipamentos cedidos pela ANA, os medidores acústicos de vazão são necessários para calcular a carga de um determinado poluente ou substância num manancial. As sondas multiparamétricas de qualidade da água permitem a determinação, em campo e em tempo real, de importantes parâmetros de qualidade das águas. Geralmente são medidos temperatura, turbidez, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica. Tanto as caminhonetes quanto as embarcações são necessários para o transporte das equipes e dos equipamentos necessários para as análises. O desenvolvimento da RNQA é resultado de um processo de parceria entre a ANA e diversos órgãos gestores de recursos hídricos e meio ambiente. Além disso, buscou, sempre que possível, aproveitar pontos de redes estaduais de monitoramento já existentes.

A meta é que até dezembro de 2020 todos os Estados e o Distrito Federal contem com um total de 4.452 pontos de monitoramento. Segundo a ANA, os equipamentos serão repassados e instalados nas unidades federativas contempladas até junho. Antes, haverá treinamento para operação dos mesmos, o que resultará na implementação de 1.200 pontos coincidentes com as redes estaduais já existentes e no início da expansão da operação da RNQA no País. No total, a ANA investiu R$ 9,54 milhões nessa iniciativa.

Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA)

A RNQA propõe a padronização dos dados coletados, dos procedimentos de coleta e da análise laboratorial dos parâmetros qualitativos para que seja possível comparar as informações obtidas nas diferentes unidades da Federação. Os parâmetros mínimos a serem coletados nos pontos de monitoramento envolvem aspectos físico-químicos (transparência, temperatura da água, oxigênio dissolvido, pH e Demanda Bioquímica de Oxigênio, por exemplo), microbiológicos (coliformes), biológicos (clorofila e fitoplâncton) e de nutrientes (relacionados a fósforo e nitrogênio).

Todos os dados obtidos pela RNQA serão armazenados no Sistema de Informações Hidrológicas (HidroWeb), da ANA, e serão integrado ao Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos (SNIRH). A RNQA é o principal eixo do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA), cujo objetivo é melhorar a informação sobre qualidade de água no Brasil, de forma a subsidiar a definição de políticas públicas para a recuperação da qualidade das águas, contribuindo com a gestão sustentável dos recursos hídricos.

Fotos: Raylton Alves/ANA